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Rampa da Falperra 2013 poderá não se realizar

A emblemática Rampa da Falperra, das mais célebres provas de automobilismo do país e reconhecida internacionalmente, poderá não se realizar por falta de apoios, segundo o que foi proferido em conferência de imprensa. O Clube Automóvel do Minho convocou os órgãos de comunicação social para uma conferência de imprensa no passado dia 13 de novembro sob o tema “Rampa Internacional da Falperra – Que futuro?”.

Os objetivos desta conferência de imprensa foram muito claros: O CAM necessita de “ter condições para organizar a rampa e, neste momento, ainda não estão reunidas essas condições”. Segundo a direção do clube,” o CAM quer organizar a emblemática prova”, ex-libris da cidade de Braga, contudo, “se até ao final do presente mês de novembro  não se conseguirem as garantias dos rails exigidos pela Fia e suporte financeiro para pagar o policiamento, não será possível efetuar mais a Rampa da Falperra”.

Os valores em causa são de 70.000,00 euros para obras de reconstrução e colocação de novos rails e 30.000,00 euros para pagar o policiamento. Segundo o presidente, Eng. Barbosa Ferreira,  o CAM não está a pedir nenhum subsídio mas sim que as entidades com responsabilidades sociais, políticas e económicas, não só do Norte como de todo o País,  efetuem um investimento com retorno imediato promovendo a atividade económica da região e a entrada de divisas em Portugal.

A direção do clube refere que, já no final da prova de 2012 tinha falado com a autarquia dizendo que não estavam reunidas as condições de segurança para a realização da prova em 2013. Nas provas do Europeu de Montanha participam carros que atingem velocidades estonteantes e a Federação Internacional do Automóvel  (FIA) é cada vez mais exigente.

Já foram encetados contactos com a Câmara de Braga e com as Estradas de Portugal, contudo nenhuma das entidades assegura o apoio financeiro necessário. O clube não consegue perceber como é que uma prova desta dimensão, com tamanha importância para a região e para o País, tendo um retorno financeiro imediato, pode ser descurada. Aliás, a direção do clube provocou mesmo os media presentes a darem exemplos de outras áreas que movimentem tanta gente num fim de semana.

Segundo o presidente, a prova promove a região e, por conseguinte, o País: “Deus queira que tenhamos a possibilidade de trazer muitas rampas da Falperra e outros eventos com características e retornos económicos e sociais idênticos ” pois, aliada a esta prova de âmbito europeu, estão as divisas que entram no País, os empregos e a riqueza que gera. 

Segundo a direção “seria bom que houvesse uma consciência política aberta ao desporto automóvel para não deixar morrer esta prova”. Não faltam Países com provas além-fronteiras que querem ser pontuáveis para o Campeonato da Europa de Montanha. Aliás, se a prova sair de Portugal, muito dificilmente voltará. De referir que, quando o CAM deixou “cair a prova” sabia que esta ficava em Portugal – passava para a Serra da Estrela – e vice versa. Agora o panorama é outro. Se a prova não se realizar, não haverá nenhuma prova pontuável para o Europeu de Montanha em Portugal no ano 2013. Outros clubes estrangeiros “agarrarão com unhas e dentes” esta oportunidade para subirem à “primeira liga”, o que torna muito difícil um novo regresso se se “perder a prova”.

O clube Bracarense não deixou de referir que o Instituto Português do Desporto e Juventude tem apoiado a realização da prova contudo, por parte da Câmara, só garantem o apoio logístico.
Segundo o Dr. Rogério Peixoto, “tudo em Braga é canalizado para o futebol. Falta vontade política (…) Contudo, um presidente tem de representar a vontade de um povo”.

Ao terminar a conferência de imprensa, a direção do clube foi direta o assunto, pois mais não pode fazer: “se não houver alteração de posição de algumas instituições [Câmara de Braga, Estradas de Portugal, Turismo de Portugal, entre outras] a Rampa da Falperra 2013 não se realiza”.

Será que se vai perder a emblemática prova que “chama” à cidade Braga, todos os anos, milhares de espectadores? Será que os Portugueses não sabem aproveitar o que têm de melhor, desperdiçando para outros países oportunidades de negócio / turismo? Será que uma das mais importantes provas de automobilismo que se realiza em Portugal vai morrer?
Aqui ficam algumas questões retóricas que, num futuro breve, serão passíveis de terem resposta.